Homem é preso por encomendar
morte da amante em Montes Claros

Um homem de 48 anos foi preso em Montes Claros, no Norte de Minas, por ter encomendado a morte da amante. A mulher, de 32 anos, engravidou do suspeito e ele queria que ela abortasse. Como ela não quis, ele mandou matá-la temendo que a gravidez prejudicasse sua vida familiar e financeira.

Danielle Pereira Leite Sampaio foi assassinada em fevereiro deste ano, mas o suspeito só foi preso na última sexta-feira (22), quando ficaram evidentes as provas do feminicídio. Na época da morte, segundo a Polícia Civil, não houve provas consistentes que o homem teria cometido o assassinato.

Durante as investigações a Polícia Civil descobriu que Daniele e o suspeito se conheceram na academia onde o homem dá aulas de capoeira. Foi lá que eles iniciaram o relacionamento extraconjugal, que durou cerca de 8 anos. A mulher inclusive já tinha abortado do homem há cerca de dois anos.

"Ele já tinha ameaçado mata-lá na primeira vez que ela engravidou. O homem temia que a mulher dele descobrisse o relacionamento extraconjugal e, além disso, ele não queria ter um herdeiro por questões de seu patrimônio. Na primeira vez ela abortou, mas na segunda acabou acontecendo o feminicídio, já que ele ficou transtornado por ela não querer abortar", relatou o delegado Bruno Rezende.

Danielle se recusou a abortar dessa vez alegando que tinha se arrependido e sofrido muito com o primeiro aborto. O homem então contratou duas pessoas para executar a vítima. Ela saia de casa quando foi morta no bairro Nossa Senhora das Graças.

"A Danielle estava saindo para trabalhar em uma padaria quando foi assassinada a tiros, por volta de 5h da manhã. Durante as investigações tivemos acesso a várias mensagens que a vítima trocava com familiares e amigos dizendo estar com medo por que era ameaçada constantemente pelo suspeito. Em uma das conversas ela disse que ele podia matá-la mas que ela não tiraria o filho", explicou o delegado.

A vítima deixou uma filha de 12 anos, fruto de um relacionamento anterior da mulher, e pediu uma amiga que tomasse conta da menina com medo que acontecesse alguma coisa com ela. Antes da gravidez, Danielle e o suspeito tinham um relacionamento tranquilo e sem muita violência, segundo testemunhas disseram à polícia.

O suspeito, além das aulas de capoeira na academia, é também cabeleireiro e a mulher dele não sabia do relacionamento extraconjugal. Ao ser preso, o homem negou participação no crime, mas para a polícia está claro o feminicídio.

Outros dois homens de 24 e 36 anos foram presos. Eles são suspeitos de executar Danielle a mando do cabeleireiro. Ainda não se sabe em troco do que eles cometeram o crime. Os dois tem passagens por tráfico de drogas e já foram visitados pelo mandante do crime na cadeia.

Todos foram encaminhados para o presídio e a Polícia Civil pretende encerrar o inquérito nos próximos dez dias e encaminhar o documento para a Justiça. Eles devem ser indiciados por feminicídio e homicídio qualificado por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima.